SESI e especialistas em educação discutem o Ensino Médio

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Realizado no auditório da FIEB, o encontro reuniu professores e especialistas da Rede SESI e das redes públicas de educação. Prevista no Plano Nacional de Educação, a Base Nacional, que se propõe a estabelecer os conteúdos mínimos para cada etapa da Educação Básica — da Educação Infantil ao Ensino Médio –, foi duramente criticada pelos especialistas Simon Schwartzman e Guiomar Namo de Mello, que enxergaram desafios mais urgentes a serem vencidos pela educação básica nacional. Na prática, a base curricular começa a ser implementada nas escolas em 2018.

 

Realizado no auditório da FIEB, o encontro reuniu professores e especialistas da Rede SESI e das redes públicas de educação. Prevista no Plano Nacional de Educação, a Base Nacional, que se propõe a estabelecer os conteúdos mínimos para cada etapa da Educação Básica — da Educação Infantil ao Ensino Médio –, foi duramente criticada pelos especialistas, que enxergaram desafios mais urgentes a serem vencidos pela educação básica nacional. Na prática, a base curricular começa a ser implementada nas escolas em 2018.

Simon Schwartzman destacou que o Brasil conseguiu a universalização do ensino médio nas últimas décadas, mas o nível de aprendizagem dos estudantes não acompanhou este movimento no que diz respeito à qualidade. Os números do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) colocam o país numa situação que Schwartzman classifica de anômala. “É preciso questionar o que os estudantes brasileiros estão aprendendo”, observa, lembrando que os estudantes de 15 anos no Brasil não conseguem ter os conhecimentos mínimos exigidos mundialmente para esta faixa etária, o que preocupa.

Os investimentos vêm sendo feitos: entre 1995 e 2013 o gasto por aluno per capta passou de R$ 2 mil para R$ 6 mil. No entanto, destaca o especialista, a escola não consegue reverter este quadro. Para isso, sugere, precisaria investir na educação infantil, promover políticas compensatórias, diversificar o modelo de ensino médio e reduzir a sobrecarga de matérias obrigatórias.

Schwartzman alerta para o risco de uma Base Nacional Curricular engessar o ensino médio e propõe reduzir o excesso de disciplinas e também extinguir o Enem, que considera um sistema equivocado de avaliação, que também impõe limitações às escolas na definição dos conteúdos.

Guiomar Namo de Mello optou por defender uma pedagogia para o ensino médio. Para ela, a proposta da Base Curricular é um erro. Integrante da equipe que relatou as diretrizes curriculares para o ensino médio de 1997, ela aponta uma série de equívocos e defende uma discussão que aproxime o currículo do ensino médio da realidade atual.

Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, também participou do debate e falou sobre educação para o mundo do trabalho. De acordo com Lucchesi, o Brasil tem sua competitividade ameaçada em razão do atraso na educação. Ele explica que o país tem perdido posições no desempenho em educação e em produtividade e lamenta que a educação profissional no país ainda esteja restrita a poucos.

O superintendente do SESI, Armando Neto, anunciou uma próxima edição da Série Diálogos para o final do ano. “Nossa ideia é posicionar o SESI de forma que contribua para a melhoria do ensino no estado e na própria rede SESI de educação”, acrescentou.

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